Rio do Acampamento

Convidado

O rio do Acampamento Meio-Sangue fica na floresta, não muito afastado da área dos chalés. É um rio de correnteza calma, quase imperceptível, e de águas tão cristalinas que é possível ver as pedras esbranquiçadas em seu leito. Devido aos cuidados das Náiades (ninfas de água doce que vivem na região), não há qualquer vestígio de poluição no rio. Grandes pedras acompanham o curso do rio em alguns pontos, a mata ciliar é composta dos mesmos altos pinheiros que compõem a floresta.

Assunto: Re: Rio do Acampamento Dom 18 Mar 2012 - 18:45

Depois dos treinos cansativos que tive durante toda a manhã e parte da tarde, resolvi dar uma volta pelo acampamento. Deixei meus passos me levarem a esmo por entre os caminhos e quando dei por mim estava na beira do rio que cortava o acampamento.
Olhei ao meu redor e tudo parecia calmo à aquela hora da tarde. A maioria dos campistas deveriam estar fazendo alguma outra atividade na arena e ninguém treinava nado e canoagem naquele instante. Então eu me aproximei da água e me olhei em seu espelho cristalino. Minha aparência não era das melhores, eu estava sujo, arranhado,lastimável. Na verdade, diriam que eu havia acabado de sair de Mordor devido ao estado deplorável em que eu me encontrava.

- "Zeus do céu" - Pensei em voz alta e limpei meu rosto e meu ferimento do braço com um pouco da água que me trouxe um certo ardor seguido de alívio nos ferimentos que eu tinha e, em seguida, me sentei displicentemente olhando o rio.

A água se movia fazendo os reflexos do Sol parecerem pequeninas pedras de diamante brilhando sobre a superficie escura. Entre os "diamantes" eu podia ver um sorriso feminino que se dirigia a mim. Fixei os olhos um pouco mais e pude ver perfeitamente o rosto delicado de menina, o olhar profundo e sedutor de mulher. Ela olhava e gesticulava delicadamente para mim como para seduzir-me: Uma náiade...
Eu ja as havia visto por vez ou outra, mas nunca tão de perto, era linda como um sonho e meu coração me respondeu à todo o facínio que ela me causava.
Alguns pensamentos começaram a tomar forma dentro de mim, palavras brincando em minha mente se amontoando e dançando vertiginosamente como os movimentos que a náiade fazia dentro da água até me subirem aos lábios na forma de um sorriso. Peguei o bloquinho e a caneta que eu sempre carregava no bolso para uma emergência como essa, e meus dedos responderam quase que de imediato

Trêmula e profunda
surge poderosa
e cintilante fascinação...
Seus olhos trazem
o alimento ao meu coração
mulher/menina sereia/náiade
minha única inspiração...

Eram poucos e simples versos, mas me sentia satisfeito ao escrevê-los em grego antigo, ja que a minha dislexia me atrapalhava a escrever em outra língua. Ao terminar me levantei e acenei para a Naiade que ainda me observava sorrindo e lancei-lhe um beijo com as pontas dos dedos. Ela riu gostosamente e mergulhou desaparecendo da minha visão e eu sorrindo corri para a area dos chalés para guardar meu novo poema.

Newton passou a ficar meio depressivo, pois ele não é pessoa que se fale muito, então, já no segundo dia no acampamento ainda não havia feito nenhuma amizade, e nem conversado muito com alguém. até mesmo com seus meio irmãos no chalé de apolo, e decidiu tomar uma ação diferente. nesse dia ele não quis treinar, mas ficou andando, foi para vários lugares, então ele olhou para o rio. pensou:
bom, um rio eu conheço bem... vamos ver como é esse rio
e realmente, se existiam coisas que newton conhece bem, essas seriam os rios e florestas. mas aquele rio o fez pensar diferente. ele não era muito parecido com o que as águas do rio negro se juntavam com as do solimões formando o maior rio do planeta, mas não foi o tamanho que o impressionou, ele já havia visto rios bem menores também, mas ele sentia que tinha alguma coisa bem diferente naquele rio, e ficou em sua margem, com os pés nus imersos e a calça até os joelhos molhada pelas pequenas ondas.

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